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Tudo o que você precisa saber sobre a doença de peyronie

A saúde íntima masculina ainda é cercada de tabus, o que faz com que muitos homens ignorem sintomas relevantes por medo, vergonha ou desinformação. Um exemplo claro disso é a Doença de Peyronie, uma condição relativamente comum, mas pouco comentada — e que pode afetar profundamente a vida sexual, emocional e até a autoestima de quem convive com ela.

A Doença de Peyronie é uma condição caracterizada pela formação de placas de fibrose (tecido cicatricial) na túnica albugínea — uma camada que envolve os corpos cavernosos do pênis, responsáveis pela ereção.
Essa fibrose altera a elasticidade do tecido peniano, o que pode levar a uma curvatura anormal durante a ereção, além de dor e disfunção sexual.

A doença pode surgir de forma progressiva, afetando homens principalmente entre os 40 e 70 anos, embora casos em homens mais jovens também existam.

Os sintomas variam conforme o estágio da doença e podem incluir:

✔️ Curvatura peniana perceptível durante a ereção (para cima, para o lado ou para baixo);

✔️ Dor durante a ereção ou relação sexual (especialmente nas fases iniciais);

✔️ Presença de nódulo ou placa endurecida palpável no corpo do pênis;

✔️ Redução do comprimento peniano;

✔️ Dificuldade para manter relações sexuais devido à curvatura ou à dor;

✔️ Disfunção erétil associada, em alguns casos.

Muitos pacientes notam a curvatura, mas só procuram ajuda quando a condição já impacta diretamente a vida sexual. O ideal, no entanto, é buscar avaliação urológica assim que os primeiros sinais surgirem.

A causa exata da Doença de Peyronie ainda não é completamente conhecida, mas acredita-se que ela esteja relacionada a:

  • Microtraumas repetitivos durante o sexo – que levam à inflamação e cicatrização anormal do tecido peniano.
  • Predisposição genética ou doenças do colágeno – como Dupuytren (fibrose das mãos), em alguns casos.
  • Disfunções autoimunes – que geram resposta cicatricial exagerada.
  • Fatores como diabetes, hipertensão e tabagismo também podem aumentar o risco ou agravar a condição.

O diagnóstico é essencialmente clínico, feito por um urologista com base em:

  • Exame físico do pênis (em flacidez e/ou ereção);
  • Fotos tiradas pelo próprio paciente em ereção (para avaliação da curvatura);
  • Exames complementares, como ultrassonografia peniana com Doppler, para avaliar placas, fluxo sanguíneo e grau de calcificação.

O tratamento vai depender da fase da doença (ativa ou estável), grau de curvatura e presença de disfunção erétil.

🔹 1. Tratamento clínico (fase inicial ou ativa)

Essa fase é caracterizada por dor e progressão da curvatura. As abordagens incluem:

✔️ Medicamentos orais ou tópicos (com efeitos limitados);
✔️ Injeções intraplaca com colagenase (em alguns países);
✔️ Suplementos antioxidantes e anti-inflamatórios;
✔️ Terapias de tração peniana (PPT), indicadas para reduzir a curvatura e preservar o comprimento.

🔹 2. Tratamento cirúrgico (fase estável ou com curvatura limitante)

Quando a doença está estabilizada (sem dor ou progressão), e há impacto na vida sexual, indica-se a cirurgia:

✔️ Plicatura peniana – técnica simples para correção da curvatura, indicada em casos com curvatura moderada e sem perda de comprimento significativa.
✔️ Incisão ou excisão da placa com enxerto – indicada em curvaturas severas, com encurtamento peniano. Pode envolver o uso de enxertos de mucosa ou tecidos biocompatíveis.
✔️ Prótese peniana com ou sem enxerto – para casos com disfunção erétil associada. A prótese promove rigidez e, combinada ao enxerto, corrige a curvatura e restaura a função sexual.

A urologia reconstrutora é essencial para esses casos, oferecendo soluções técnicas modernas, seguras e personalizadas.

A Doença de Peyronie não causa dor fora da ereção e não é um câncer, mas pode ter impactos importantes se negligenciada:

  • Prejuízo nas relações sexuais
  • Diminuição da autoestima
  • Quadro de disfunção erétil progressiva
  • Comprometimento emocional e nos relacionamentos

Quanto antes o tratamento for iniciado, maiores são as chances de preservar a função peniana e evitar cirurgias mais complexas.

A Doença de Peyronie pode causar sofrimento silencioso. Por isso, quebrar o tabu, buscar orientação médica e tratar com responsabilidade é um gesto de autocuidado e respeito com o próprio corpo.

Com diagnóstico preciso e tratamento adequado, é possível restaurar a forma, a função e a confiança do paciente.

Se você percebeu mudanças no pênis ou sente que algo não está normal, procure um urologista especializado. Seu bem-estar merece atenção e acolhimento, sempre.